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Minha Opinião sobre "Vermelho, Branco e Sangue Azul"


 Há tempos eu queria ler algum livro de ficção e, ao procurar a lista de mais vendidos na Veja, encontrei em primeiro lugar,  o livro "Vermelho, Branco e Sangue Azul - Um romance entre a Casa Branca e o Palácio de Buckingham". Não pensei duas vezes: tem romance, tem príncipe, vou levar. Comprei.

Eu não costumo ler livros de ficção porque eu simplesmente não consigo parar até o livro terminar, eu esqueço de comer, de dormir, de tudo. O último livro que li foi a Seleção... Que descobri ao final do primeiro livro, que era uma série com SETE livros. Resultado: Em quatro dias, li todos os sete. Teve uma vez que recusei sair com um ex-namorado para poder terminar o livro do Cálice de Fogo - que eu havia lido umas três vezes já. Enfim... Por conta da minha falta de maturidade, não compro livros de "ficção".

Mas, como fiquei com vontade de ler alguma coisa diferente de livros técnicos comprei "Vermelho, Branco e Sangue Azul". Estava toda empolgada porque amo romances de príncipes e, logo me toquei que o casal romântico do livro era formado por dois homens: o filho da presidenta dos EUA, Alex e o Príncipe Henry, da Inglaterra.

Como eu nunca havia lido nenhum livro gay (não sei se esse é o termo correto, se não for já peço desculpas) a princípio eu fiquei em dúvida se eu conseguiria entrar na história do mesmo jeito que entraria se um dos personagens fosse mulher... Não foi nem um questão de preconceito foi mais uma curiosidade mesmo, porque eu nunca tinha visto o casal principal de uma história ser homossexual.

E aí caiu a minha ficha, "que bom que o mundo está mudando", que bom que os filmes e livros estejam trazendo mais diversidade para seus personagens porque do mesmo jeito que eu parei cinco minutos triste pensando "será que vou me identificar? - porque SIM eu QUERO me identificar!" eu imagino como foi ruim todos esses anos, para as outras pessoas que nunca se sentiram incluídos nos personagens de filmes, livros, música. (Isso vale tanto para sexualidade, quanto para etnia mesmo) Fico feliz que esteja acontecendo essa mudança.  

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Voltando ao livro, "Vermelho, Branco e Sangue Azul", conta a história de Alex, o filho da presidenta dos Estados Unidos - que está concorrendo à reeleição naquele ano e o Príncipe Henry, neto caçula da Rainha da Inglaterra, a Rainha Mary.

A família de Alex vai para Londres para o Casamento Real do Príncipe Phillip, irmão mais velho de Henry e sucessor do trono britânico. Alex e Henry nunca gostaram muito um do outro e durante a festa, os dois acabam brigando e derrubam, sem querer, o bolo do casamento que custou 75 mil libras. 

A imprensa então começa a noticiar a briga de Alex e Henry, e a Casa Branca e a Coroa Britânica ficam com medo que o desentendimento dos dois transpareça que as nações estão em conflito - o que não faz o menor sentido, mas ok.


Diante do "desastre internacional", Alex e Henry são obrigados a fingir que são melhores amigos e passam a participar de alguns eventos juntos. E por conta desses momentos juntos, eles desenvolvem um grande laço... aos poucos começam a trocar mensagens de texto, e-mails, ligações, fotos... O conteúdo das mensagens passa de simples brincadeiras para confidências e assuntos mais íntimos. Alex se dá conta que finalmente tem um amigo de verdade.


Durante uma comemoração de ano novo, Henry rouba um beijo de Alex e foge com medo da reação do amigo. Nos dias seguintes, Alex começa a questionar sua sexualidade, descobre que é bissexual e que está apaixonado por Henry.


Daí para frente o livro retrata a tentativa de relacionamento dos dois às escondidas - com Alex louco atrás de Henry e ele cedendo em alguns momentos da história e fugindo em outros. Como a gente lê sob a visão do Alex, a gente sente o desespero do personagem toda vez que Henry resolve terminar, a gente sente o conflito do garoto porque não pode expor seus sentimentos porque isso poderia ferir a imagem da Coroa Britânica e atrapalhar a reeleição de sua mãe.

O livro tem tudo o que uma comédia romântica tem: tem os personagens se detestando no início da história, tem eles se apaixonando, tem aquela cena onde um passa um fim de semana na casa de campo da família, tem aquelas cenas de pegar avião pra correr atrás do outro, tem cenas desesperadas na chuva... é maravilhoso!


Gente eu adorei o livro!!! E aquele meu receio de talvez não entrar na história caiu por terra na hora  em que eles derrubaram aquele bolo (no primeiro capítulo ainda!!!). 

Eu passei o livro pulando de felicidade e toda empolgada para saber o que ia acontecer! As vezes algumas cenas davam até arrepio. É muito bom!!! O livro causa todas as sensações do mundo: você fica ansioso, fica triste, fica curioso, fica feliz, nossa é realmente maravilhoso! Fazia tempo que eu não me empolgava tanto com uma história =). 


Vale MUITO a pena a leitura.


Um ponto de atenção:
Só achei a escrita um pouco pesada pois os personagens falam bastante palavrão. Eu particularmente não gosto de vocabulários assim, mas é uma questão de gosto mesmo.
Outra coisa, o livro descreve algumas cenas de sexo entre o casal - Eu não cheguei a ver se o livro tem alguma censura, mas acho pesado para crianças e pré-adolescentes.

Uma curiosidade:
história se passa no ano de 2020 e é como se fosse um universo semiparalelo: ao mesmo tempo que os personagens são fictícios, eles convivem e citam pessoas reais como George W. Bush, Biden, Woody Allen, algumas bandas e artistas famosos. Os personagens tem entre 20 e 22 anos e gostam bastante de coisas reais como Harry Potter e Star Wars. O livro também utiliza vários locais reais como o palácio de Buckingham, por exemplo.

A Família Real:
A autora também cria uma "nova família real Britânica" mas usa muitas referências da família real verdadeira - o que achei bem bizarro e arriscado, maaaas...

Alguns exemplos:

  • No livro, o Príncipe Henry fala sobre um tio que abdicou do trono por ser nazista. Na família real verdadeira, o rei Edward - tio da Rainha Elizabeth II - renunciou ao trono. A história oficial é que ele havia renunciado para se casar com uma americana, mas há rumores que ele simpatizava com o Nazismo e por isso facilitaram sua renúncia.

  • No livro, no lugar da Rainha Elizabeth II, existe a Rainha Mary que também tem idade avançada.

  • No livro, a filha da Rainha Mary é a Princesa Kate que se casou com um ator de cinema chamado Arthur Fox e seu sobrenome ficou como Fox-MountChristen-Windsor. Na vida real, o sobrenome real é Mountbatten-Windsor, mas só existe o Mountbatten por exigência do Princípe Phillip. Muito parecido não?

  • No livro, os netos da Rainha Mary são: Phillip, Beatrice e Henry... E na família real verdadeira temos Willian e Harry... Mas, Harry é só um apelido... o nome verdadeiro do Príncipe Harry é Henry. A autora definitivamente é corajosa! kkkk

  • E há outra história da Família real que pode ter servido de inspiração para a autora... No livro, Henry diz que não está disposto a seguir carreira militar como é a tradição em sua família... Já na vida real, o Príncipe Edward - caçula da Rainha Elizabeth II (irmão de Charles) desistiu da carreira militar e foi seguir carreira de ator... Na época inclusive, foi perseguido pela imprensa britânica que questionava sua sexualidade. Será???
     
Bem, é isso... Recomendo a leitura!!!


"Vermelho, Branco e Sangue Azul"
Escrito por Casey McQuiston
Traduzido por Guilherme Miranda
Editora: Seguinte
Ano 2019

Comentários

Ana disse…
Que bom que você gostou!! Eu ainda não li mas me encorajou, também pensei se eu ia me identificar porque a gente quer sonhar quando lê esse tipo de livro né, entendo o que você quer dizer nesse ponto. Coloquei na lista!